segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Faço Menção

Aos amantes, aos amigos,
aos avulsos, aos atacados,
aos sintomáticos
e também aos categóricos.
Àqueles que olham de lado,
aos de aperto de mão firme,
aos gatunos, aos chorosos.
A qualquer um que se deprima.
Também aos de riso largo,
aos que apreciam uma rima,
aos bem letrados e aos que
não conseguem ler essa linha.
Beberrões derrotados
no meio-fio do Centro,
por que não a vocês
e aos vizinhos drogados?
Às moças de classe, de pompa;
às madames, abastadas vadias.
Aos velhos tarados,
aos velhos de guerra,
aos velhos de pinga.
Guardas, caixas,
porteiros, cobradores,
amputados, pombos.
Às árvores, aos bueiros
e, claro, aos grafites.
Às senhoras malcheirosas
que para tudo dizem amém.
Aos ilustres desconhecidos
que vão e que vêm.
Aos amores à vista primeira
e segunda também.

A tudo que me passa no paço,
a que olho e penso:
isso cabe na minha poesia.

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