sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Mata

Mata-me
de fome
e de sede,
de amor.

Come-me
como comes,
com amor.

Tem-me
em tua
tez.

Sê-me
a ti
em nós.

Mete-me
na mata
e mata-me,
por favor.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Devaneio nº 2.

A vida é tão bonita nesses aspectos.
Não posso dar-me ao luxo
de deixá-la passar sem registro.
Tomo um pouco que seja desse suco,
refrescante, vigoroso, alucinógeno.
Eventualmente, um ou outro tempero cai na taça.
De alguns não me esqueço do sabor.
Com açúcar, com afeto, a vida fica... doce.

    Cheers! Gostei desse, encorpado.
    Desses que pegam na boca.

Não sou vivo, tampouco poesia.
Sou só poeta.
A poesia está aí,
perambulando à própria sorte e sabor.
Vou atrás dela e, às vezes, ela a mim.

    Tem um sabor diferente
    no último gole.

Como veio você!
Que estava ali
e, de repente, aqui estava,
exalando flores e rimas,
onde qualquer um veria poesia.

    A minha já se foi.
    Outra taça, meu bem?

E o que virou nosso
foi o sabor da fruta mordida,
a sorte de um tranquilo amor,
as flores, as rimas, o açúcar,
o afeto, o doce, a vida.

    Delicioso. Mais?
    Certo, vamos para a cama, então.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Chorinho

Mais um verso da valsinha
para essa mocinha
que me fez sorrir.
Digo, então, toda essa minha
vontade que vinha e
quase a deixou ir.

E após o apogeu
aceno assim ao seu
partir.



(saboreie a valsinha clicando aqui)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Dança


Triste, mas feliz.
Ainda assim, triste.
Feliz, no entanto.
Muito feliz.
Muito triste,
também.

Feliz e triste e feliz
e triste e triste
e feliz,
porém.

Felicidade e tristeza
são irmãs de longa data;
data eterna por juntas nascerem
e vida eterna por não morrerem.

A felicidade é atenuante,
apenas.
A tristeza que lhe faz viver
a duras penas.
Em sinergia, dançam juntas
às cadenas.

A dança, eterna.
Triste feliz triste
feliz triste feliz
na valsa seguem assim,
vai-e-vem-e-vai
e-vêm.

Sem fim.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Primeiro de Fevereiro

Embalado por Janeiro,
que passou faceiro
como o marinheiro,
e voou como o dinheiro
na mão do brasileiro,
dedico um verso inteiro
sem roteiro,
ligeiro e derradeiro
a este dia primeiro
de Fevereiro.