terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Homem e o Mundo

O homem outrora mergulhado em amor
expõe-se a ambientes hostis,
definitivamente hostis,
febris,
para definhar em dor.

Lamenta a revisita involuntária,
essa teimosia inata,
carregada de - surpreendente - consciência,
em embate antitético.

Vai beber do poço erodido, ressecado
para morrer de avidez.
Erra por caminhos seus, sabidos
e desencontra-se.
Com seus adversos, ri, colérico
em desvario amargo.

Pobre esse homem, incapaz de dizer-se: perdi.

Que, ao perder, perca-se.
E que, perdido, encontre seus afins,
pois somos nós esse homem; sois vós e são eles.
O mundo é o homem, afinal.
E o mundo teme viver para sempre preso.
Teme para sempre viver morto.

Vença e sê liberto, mundo.
Gire, gigante, homem.

6 comentários:

  1. De um jeito doce suas palavras sempre se enlaçam de forma tão espontânea, que é como se já estivessem previstas.
    Sempre me tocam!
    Obrigada por compartilhar.

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    1. A identificação e carinho dos meus leitores tocam-me da mesma forma, meu caro anônimo.

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  2. Vença e sê liberto, mundo.
    Gire, gigante, homem.

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    1. Roda mundo, roda-gigante
      roda-moinho, roda pião
      O tempo rodou num instante
      Nas voltas do meu coração

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  3. À espera de novas postagens!!

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    1. Eu também! Hahaha!

      Estou escrevendo, aos poucos, algumas coisas novas. Digo novas mesmo, inclusive de gênero literário.

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