terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Poesia Viva

Ela sente diferente
muito do que a gente
teima em nem sentir.
Diz assim, bem eloquente
e eu, obediente,
de canto a sorrir.

Ela estava então calada,
meio concentrada
nesse verso meu.
Sentia-se pouca e rasa e
louca e receosa,
perdida no breu.

Nada de inferioridade,
apenas na idade
de ser aprendiz.
Ouvindo a felicidade,
sensibilidade
ao que a canção diz.

Se dormia a madrugada
ou a namorada,
ou talvez os dois.
Como estavam misturadas,
ambas acordadas,
ficou pra depois.

Como dois alunos juntos,
estudamos juntos
o que a vida dá.
E maturando ainda juntos
versos em conjuntos
aqui e acolá.

Ela, poema ambulante,
com seu jeito errante
de passar por mim.
Eu, perdido nesse instante,
digo, dissonante:
"sinto-a viva", enfim.

Chegando ao final da festa,
despediu-se desta,
enquanto eu dormia.
E, no fim, ainda me resta

um beijo na testa
da viva poesia.




(aproveite o chorinho clicando aqui)

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