segunda-feira, 3 de março de 2014

Sete de Copas

Jogaste-me esta carta
perdida de seu monte,
desembaralhada da vida,
de bordas gastas,
descolorida.

Só lhe pude pagar com carta
de próprio punho
e cunho singular.
Sem blefar, mantive-me autêntico.

Cantamos, contamos, cortamos,
e vamos, vamos.
E fomos.

De um ano que virou
samba do avesso ao inverso,
deu-se nosso começo.

Fizeste o introverso ateu
pairar no universo teu,
suavemente,
sorrindo ao teu sorriso
de estrela cadente.

São hoje amuletos meus,
fontes de inspirações.
Tu e a carta,
o vermelho do teu amor
e as copas ao meu redor.

Peço então que cuides, meu bem,
desses corações,
aos sete, impressos;
e um cá, latente.


6 comentários:

  1. Teu sete de copas é de um jogo onde a carta que virou é um seis e o sete de paus ainda está no baralho. Belas palavras!

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  2. Que lindo! Canastra? Não, real! Bateu, ficou. Agradeço esse empate, sentindo que ganho mais, uma vez que as cartas que tenho agora, são mais abertas. E gosto desse jogo na mesa, desse buraco, vão de almas onde as formas preenchem os espaços.

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    1. Sentiu a fluência?
      As cartas mostram alguma tendência
      E formam-se, aos poucos, as sequências.
      O jogo agora é Paciência.

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    2. hahahahahahahaha Bravo! És um ás.

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