sexta-feira, 25 de abril de 2014

Inquirição

Senhora tristeza,
desgraçada
desatada
descuidada
diz que vai
mas faz morada
na vida dos sem-nada;
desiludidos
desprovidos
de equilíbrio
e de outras coisas.

Ébrios de tristeza
sem sentido
sem beleza
nem partido.
Desferidos
golpes tantos
que certeiros
submetem os inteiros
a quebrantos.

Da tristeza que se faz
a aspereza
e a tenaz
incerteza
de uma vida repleta
de ausências
inconstâncias
inexistentes
esperanças
de melhoras.

E nas andanças
nas derivas
nas idas
amarra-se
em laçadas
corredias
e empossa-se
das vidas
destruídas.

Tristeza, senhora,
questiono-te:
és tu
sem hora
de acabares consigo
ou apenas não vês a hora
de acabar comigo?

6 comentários:

  1. Não deixa que ela tome sua vida. Uma hora ela se esvai perante tua força, e sobra só você, cativante como és e belo de felicidade sobrando.

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    1. Discordo, caro anônimo. A tristeza é perpétua por ser tristeza, mas, uma vez que você a domina, ela não é copiosa. Digo que é bom nos lembrarmos das tristezas de outrora para termos um porque de buscarmos novas felicidades.
      Ainda assim, agradeço a mesura!

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  2. Como diz a canção, "tristeza não tem fim, felicidade sim"...

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    1. Encaixou uma boa (e importante) música aqui, anônimo.

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