domingo, 25 de agosto de 2013

Ida

De meus momentos mais tristes,
de solidão e de angústia,
que se arrastam sonho adentro
e se alastram noite afora,
faz-se o pranto mudo.

Não mais um luar como este
nem sequer noite de núpcias
terei para o meu contento.
Malas prontas, vou-me embora
para um outro mundo.

Um que me receba bem,
que entoe minhas canções,
as mais belas que eu cantar
e também as feias, pois
dele eu quero tudo.

A vida passa de trem
por todas as estações
para em todas eu descer
e não mais sentir-me a sós,
nem por um segundo.

Viajarei sem pesar.
Sem amarras ou remorso
do que deixo para trás
por querer olhar à frente,
e sentir profundo

Desejo de não voltar.
Parto sem qualquer esforço,
mas vou com saudades já
de tudo o que, consciente,
guardo lá no fundo.

8 comentários:

  1. Linda poesia.
    A vida passa de trem por todas as estações...

    Espero que desça na minha um dia! :)
    Beijão

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  2. Lucão, partindo do pressuposto de que nada é por acaso, acesse seu face... vou te sinalizar umas coisas a respeito dessa sua poesia... porque enxerguei que ela é música.... abs, Mário.

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    1. Poesia é musica, e vice-versa.
      Andam lado a lado, flertam e se entrelaçam, como dois eternos amantes...

      Um abraço!

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  3. com certeza...mas algumas conseguem ser musicadas e não perder sua beleza.. outras no entanto não funcionam tanto...quis dizer que a métrica dessa sua poesia me lembrou algumas canções de poesias que o Fagner fez..rs.

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  4. Já estou de malas prontas meu velho! E as suas? Nao se esqueça da viola e dos livros. Bora!
    Iaaauu!

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