terça-feira, 2 de setembro de 2014

Livro de Recordações

Olhei tanto para a estante
e o espaço que era reservado ao livro
que lhe emprestei.
Foi, durante meses, minha lembrança de você:
um espaço vazio.

Vinham à minha cabeça recortes de sua história
de suas anedotas e nuanças
e imaginava-a lendo cada uma delas
sorvendo as histórias
sorrindo às anedotas
sofrendo com as nuanças.

Fito agora o livro recolocado
na estante
e pergunto-me: que faço agora
que o livro já foi recolocado
na estante
mas minha lembrança de você ainda é
um espaço vazio?

10 comentários:

  1. Belas palavras, como sempre. Me remete ao ouroboros, o ciclo que se fecha. Do silêncio surgiu, ao silêncio retornou.

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    1. Obrigado!! Boa associação, aliás. Sempre acabamos voltando por onde já passamos outrora.

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  2. Tão menino, tão profundo...
    Essas palavras viscerais brindam minha noite Sr poeta!

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    1. Saúde! Que sua noite tenha sido um pouco mais saborosa.

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  3. O amor é o vazio preenchido, disse Lacan. Tudo bem que seria o vazio do sexo preenchido. Mas acho que essa ideia encaixa bem nessa sua estante.

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    1. Depois passe lá no Blog que tem coisinhas novas.

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    2. Até achei que seria lugar comum mexer nesse amor preenchido pela falta, mas acho que a estante ficou bem colorida.
      Lerei seus textos com a calma que merecem, principalmente a história dessa Marcela.
      Nos falaremos em breve.

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  4. Não devia ter de te cobrar pra ler mais poemas por aqui!!!

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    1. Poxa, que grosseria! Vou tentar entender como elogio...

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    2. Grosseria é você passar tanto tempo sem postar nada!!!

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