terça-feira, 9 de julho de 2013

Tens Razão

Quantas palavras dizemos em vida ao calor da ansiedade;
que surgem quando pouco há a se dizer.
Escrita, que nobre ferramenta de honraria e de escárnio.
Poderosa sobre os homens, contra os homens.
Se ditas, não são esquecidas. Sequer apagadas.
Podem, porém, ser complementadas; reescritas.

Reescrevo-as, assim, estimando boa ventura
a quem, outrora, desejei insucesso.
Não se trata de arrependimento.
É uma questão de compostura.
Mas não de ternura,
pois carrego ainda sofrimento.
É nada menos do que retrocesso
viver uma vida, entretanto, de amargura.

Palavras e escrita não são em vão.
Cravam em pedra o passado e o presente.
Aceno em adeus, prezando-lhe aprendizado e nova vida.
Mesmo ardendo lancinante, enquanto não sarar, minha ferida.
Falta-me cá uma frase que complemente, mas,
mesmo com ressalvas, digo que tens razão.

Um comentário:

  1. Há muitas coisas que eu queria que você soubesse, mas nunca coube a mim dizê-las. Pois acredite, a ferida resultante não segue aberta só em você. E de fato, cutucar a sua com o ódio só evita que ela cicatrize... Obrigado por deixar o ódio de lado.

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