Mesmo sob luvas,
meus dedos ardiam
de frio enquanto
eu digitava.
Concentrava-me
em dissecar o
que de mais
bruto havia em
meus sentimentos.
Quando ouço toques
lentos, suaves,
tímidos,
à minha porta.
- Entra.
E entrou.
Acomodou-se
em minha cama,
sutilmente,
bem ao lado
de minha velha
cadeira,
e ali ficou.
Pensávamos
timidamente
sobre coisas.
Sensações
inéditas,
incógnitas.
De súbito,
senti um calor.
Leve e
presente.
Escorria
meus lábios,
como saliva.
Descia por
meu corpo,
chegava às
minhas vergonhas.
E eu as
perdia.
Pouco a pouco.
Minhas roupas,
desnecessárias,
forravam o chão;
tapeçaria barata
que desveste bem.
Brevemente,
cessou-se.
Deu lugar a
calafrios,
mal-estar,
solidão,
que se esvaíram
brevemente.
Vesti-me,
fitei
e falamos.
Fez morada
de meu lugar.
Acolhi, com receio.
Sem pesares.
E, noite adentro,
caminhamos
longa e unida,
viva e sofrida,
linda e querida,
feliz e doída,
jornada.
De tão escuro
já não via
o quão perto
eu estava
do futuro.
Não vi
levantar-se.
Entreabriu
minha porta,
permitindo
a luz
alumiar.
Parou sob o
batente.
E ficou horas.
E se foi.
Vez ou outra
ainda bate
à minha porta.
Ainda entra.
Mas vivo só.
belo poema meu caro.
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirQuando virá mais? Quando virá um livro?
ResponderExcluirMais? Em breve.
ExcluirLivro? Não posso deixar a euforia me ganhar ao publicar um livro com poeminhas iniciais... Talvez, em alguns anos.
Lindo demais!
ResponderExcluir:)
ExcluirObrigado, Gabi!