sexta-feira, 13 de junho de 2014

Les Couleurs de Deuil

Tristes versos quintos
todos em menor
qual menor é o trilho
que a gota correu
em coches e seges
desde tons azuis
turvos e sem luz
sobre as peles beges
desse rosto teu
a cessar o brilho
dos olhos à cor
de um bom vinho tinto.

8 comentários:

  1. Palavras curiosas... E uma ótima leitura, indagadora, como sempre.

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    1. Muito obrigado! Deixo para que descubram as peculiaridades deste.

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  2. Precisamos de mais das suas palavras, jovem.

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  3. é possível notar o potencial do seu eu lírico, mas tu peca pelo existencialismo vazio e pelo excessivo gosto pela aparência ante a essência.

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    1. "Peca"? Um poema pode ser construído e explicado unicamente pela estética. Se tudo o que é poesia necessitasse ser um poço profundo reflexão, afogar-nos-íamos inutilmente em qualquer textinho.
      Mas não acho que seja o caso deste. Bom, pela primeira vez, vou explicar o motivo de um poema meu aqui no blog:
      Há uma poetisa de minha total admiração e deslumbramento, conhecida minha, que certa vez escreveu um poema chamado Comunhão, todo em redondilhas menores, sobre o choro persistente devido à triste perda de seu pai. De forma sublime, retratou o incômodo causado pelas lágrimas, saradas unicamente pelo vinho. Poetisa essa, dona dos mais lindos olhos azuis e de bege e tímida tez, ganhou essa minha singela oferta em versos, que retratam esse seu momento de luto através de suas cores mais presentes (dos olhos, da pele, do vinho) e não pelo soturno e triste preto. Tão curto é o caminho de suas lágrimas que curto ficou o poema, no qual elas escorrem da mesma métrica e vão gotejar dentro da taça de tinto.
      Veja, sou um amante de formas, métricas, sejam quais forem. Não lhes sou escravo, contudo. O mesmo acontece com a carga sentimental dos meus textos: ora presentes, ora não. Assim, tentando tudo, que me encontrei confortável na poesia e que tento aprimorar minhas chulas palavras a cada texto.
      Espero tê-lo esclarecido duas coisas: que nada tem de vazio esse poema; e que, mesmo que tivesse, não significaria qualquer "pecado" meu.
      Agradeço o comentário e a leitura!

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